6.3.22

Quero que quando chegues me beijes ('Poemário imberbe' 31: verme 16)







Quero que quando chegues me beijes

e que me saibas a alvorejar

com asas de pássaros

que quando chegues me acarinhes quero

e sinta como palpitas coa minha

voz

pendurado fiques da minha saia

quero     quero que cales que

o teu silêncio é aterrador


Eu hei de olhar tamém o mar

sem falar

o vento a zoar bate o meu corpo

o teu lombo     a minha cara

e as bágoas arrinca dos olhos

duros    frios    cansados

do sal    do inverno    do teu calar



by Eva Loureiro Vilarelhe