28.1.21

Soa ('Em suspenso' 2)








A janela como via de escape

de desabafo e de fronteira

circunscrita ao horizonte de edifícios

o céu empapa os vidros

enquanto a minha cara fica seca

por dentro afogo em lágrimas

acordes à choiva miúda que sinto fora

mansinha e doce anegando a cidade

e eu jamais me sentim mais soa

mais longe de ti e de todo

nem mais livre para pensar



by Eva Loureiro Vilarelhe