25.1.24

Correr o frio ('Fogos de artifício' 6)









Busco-te

ou busco-me

inflamada

ansiosa por expandir

o pulso que abafa

escaldando o meu interior

às pressas apalpa

abre aparta rega e esfrega

eu obediente à minha natureza febril

ofegante entrego-me

ou entrego-te

sôfrega por culminar a refrega

co seu delicioso final arrepio

extasiada

nom che hai nada melhor

para correr o frio



by Eva Loureiro Vilarelhe





11.1.24

Quando ('Quatro' 11)






Mares plastificados

roupas desperdiçadas

polos derretidos

augas estragadas

e o frio quando há de vir?


Bosques mutilados

rios redirecionados 

acervos desmontados

desertos estendidos

e o vento quando há de zunir?


Verquidos incontrolados

fábricas desmesuradas

campos extenuados

animais escravizados

e o inverno quando nos há banir?



by Eva Loureiro Vilarelhe