29.2.24

Porvir ('Quatro' 12)







Silandeiro o inverno

há sucumbir no seu fim 


silandeiro o frio 

há encetar o partir


silandeira a neve

há começar a fundir


silandeira a erva

há cobrir todo o capim


silandeiro o rio

há gorentar o bulir


silandeira a vida 

há devagar rexurdir


e o que semelhava finar

será o início do porvir



by Eva Loureiro Vilarelhe





14.2.24

Nom me chames amor ('Figa' 2)





Podes colher-me da mao mas

nem sempre

só quando eu estiver de humor                                                  


podes alternar canda mim mas

sempre que

eu te quiser no meu círculo


podes intimar comigo mas

nem sempre

só quando eu te der licença


podes partilhar o nosso mas

sempre que

lho digas ao vento só


podes espreitar de perto mas

nem sempre 

só se eu permitir esculca


podes ter a liberdade mas

sempre que

eu for livre por igual


podes vir trás gafanhotos mas

nem sempre

só se saltarmos à par


podes regalar-me flores mas

sempre que

ti nom me chames amor 



by Eva Loureiro Vilarelhe