19.6.21

Nómade ('Nacos' 5)









Viajar está ao alcance de qualquer

eu mesma de nena viajava moito

(fustigada pola vertigem da consciência)

sem sair do meu próprio quarto

ou olhando pola janela do auto

de caminho à casa eu ia em direçom

contrária

visitava países e lugares estranhos

mundos imaginários tam reais

como a lua que assomava ao meu rostro

e sorria calculando o longe que estaria

eu quieta diante dela e a anos luz dali


Quando estou contigo 

nom preciso de mais nada

mas estás tam pouco comigo

que a minha sede de tudo

converte-se numha chaga purulenta

arrasando por completo o meu ser

daí que leve umha vida nómade

atada a ti percorro o multiverso

sem quarto próprio saio em direçom

contrária

visitando lugares e países velhos

conhecidos meus mundos virtuais

afastados dos imaginários reais

fugindo daqueles que me perseguem

(fingir que som outra nunca foi o meu forte)

o meu espírito inconformista 

só garante que serei nómade de por vida



by Eva Loureiro Vilarelhe





3.6.21

Liberada ('Feridamorte' 15)





Se está escrito nom o sei

só digo que é inútil loitar

contra o nosso próprio destino

para trágico já está o de Edipo


Curiosa por descobrir o meu

continuo valente o caminho

quando é a vida quem se abre passo

através de mim


Prenhe dela

desfruto por fim liberada

de todo o que nom me ata a ti

Grifo protetor do meu equilíbrio


Iminente e imanente 

o porvir nom tem aguarda

segura sempre a minha mao na tua amor

e acompanha-me nesta viagem sem retorno


by Eva Loureiro Vilarelhe