Dorna encalhada na areia
que nem navega nem pola terra
avançar pode à baixa-mar
olhando o céu que impávido assiste
à minha interminável agonia
o meu corpo em descomposiçom
por falta de uso apodrece
sinto a comichom impertérrita
moscas larvas pássaros pulgas
e demais fauna marinha
dando boa conta das minhas vísceras
o cheiro afugenta ao resto de seres
vivos ou mortos cos que me relaciono
fico soa
esquecida e fora deste mundo
negando-me a sair do meu
prefiro continuar como estou
extinta em vida
varada em ti
by Eva Loureiro Vilarelhe