Qual selvagem animal enjaulado
subo polas paredes do quarto
momentos em que nem parada tenho
e outros tenho de profundo letargo
Os dias se sucederiam idénticos
de nom ser pola paulatina carência
e a peremptória necessidade de sair
para aprovisionar-nos de alimentos
A mim nem isso se me permite
etiqueta de risco atemorizante
que paralisa qualquer tentativa
de afrontar a anormalidade imperante
Por causa do vírus dá-se o ano por perdido
quando eu me pergunto como foi cada segundo
dos que finarom sós abandonados e moribundos
longe dos seus frio final cruel e imerecido
Daí que contradiga a quem diga o duro
que resultou para todos ficar na casa
nada comparado com quem desafiou a morte
arriscando a vida a diário por salvar-nos
by Eva Loureiro Vilarelhe