27.5.21

Mochila ('Feridamorte' 14)






Nada se supera

todinho deixa pouso

os meus mil milheiros de fundos de cuncas

pesam um quintal a estas alturas


Levo essa mochila perene às costas

daí que procure fixar a vista à frente

olhar o passado fai doer as cicatrizes

e a última vai demorar o seu em sarar


Se é que um dia cura o meu maltreito coraçom

de passarinho ferido que nom se rende

bate forte e rápido na procura de ninho

onde reinventar o arelado futuro prometedor


by Eva Loureiro Vilarelhe