7.5.21

Voragem ('Feridamorte' 13)









Desconfias

primeiro da sua veracidade

despois da sua consistência

e por último da sua vigência


Porfias

em impor-me o teu conceituado amor

espelhado exemplo a seguir

fio de prata que se desbarata


Renego

do teu oprimente tormento cego

da tua voragem de despropósitos

do sem sentido do teu acoso e


Derribo

retrotraindo-me ao meu estádio primigénio

casulo de borboleta mestiça com vaga-lume

o teu ignominioso ataque à minha essência


Perdes

demónio de Tasmânia tam seguro de si

eu distante cintilante estátua de sal

resisto e sobrevivo por sempre jamais



by Eva Loureiro Vilarelhe