9.6.25

Aranha ('Nacos' 14)







Por umha zona pouco transitada

num escuro canto quase tropeço

e logo vejo inerte àquela aranha

revestida com asas de morcego


abatidas polo ar intempestivo

da primavera incerta que estou a ter

e sem ser exclusiva minha advirto

certo rancor contra mim sem querer


ou querendo quem sabe quem ordena

chover sem trégua e após escampar

deixando detrás tam revolta a terra

que custa um mundo se recolocar


umha mesma refiro-me na mesma

como a lesma que o mundo anda alterado 

de altercado em altercado e eu seresma

oxalá for a aranha daqui ao lado



by Eva Loureiro Vilarelhe