Por umha zona pouco transitada
num escuro canto quase tropeço
e logo vejo inerte àquela aranha
revestida com asas de morcego
abatidas polo ar intempestivo
da primavera incerta que estou a ter
e sem ser exclusiva minha advirto
certo rancor contra mim sem querer
ou querendo quem sabe quem ordena
chover sem trégua e após escampar
deixando detrás tam revolta a terra
que custa um mundo se recolocar
umha mesma refiro-me na mesma
como a lesma que o mundo anda alterado
de altercado em altercado e eu seresma
oxalá for a aranha daqui ao lado
by Eva Loureiro Vilarelhe