25.7.25

Renovar o plâncton ('Atlântidas' 6)







Quem for sereia a surcar mares

rios qual iara ou náiade

jogar coas ondas coma ondina

ou mai-d´auga uiara marina

dispor de engaiolante voz

faciana e corpo sedutor

para atrair àqueles homes

destrutores da vida síndrome

inequívoco do seu mal

caráter a erradicar já

desta sociedade banal


Sociedade crepuscular

—agoniante o capital—

só sustentável se mudar

e toda mudança começa

com umha revoluçom nesga

por onde há borbotar o sangue

desses homes por fim exangues

afogados por toda a parte

tingidos os rios e mares

de vermelho graças aos cantos

de sereia acabou o pranto


É hora de renovar o plâncton

nom dar comida aos peixes fartos

—esses ricos de pés calçados—

senom a espoliados pobres

que surcavam rios salobres

oceanos doutrora férteis

cos novos talentos versáteis

sementarei o mar de cadáveres

de genocidas dirigentes

da flor e a tona dos países

libertando-os de caciques



by Eva Loureiro Vilarelhe