Chega umha idade
en que o sexo sem carinho nom basta
—acaso algumha vez prestou?—
e já resulta impossível dissimular
tam temida e franca decadência
Chega umha idade
em que preferes tapar a descobrir
—acaso algumha vez exibiste?—
e esfregar a fragilidade do teu ego
contra um corpo igual de mole
Chega umha idade
em que engoles o amor próprio
—acaso algumha vez pensaste em ti?—
e decides amar sem ambages
a quem amas desde sempre
Chega umha idade
em que sem deixar de julgar-te
—acaso algumha vez dissentes de ti?—
optas por distribuir felicidade
ao passo que te fás mais feliz
Chega umha idade
em que já nom recolhes tempestades
—acaso algumha vez sementaras?—
e o vento amaina ao teu carom
postulando em amante
by Eva Loureiro Vilarelhe