Tenho dias em que me cortaria as veias
salva só porque nom gosto de servir de espectáculo
e outros em que por dentro morro de felicidade
em vista de que por fora ficaria deselegante
Tenho momentos em que o silêncio anega o meu todo
petrificada e incapaz de agir ou comunicar-me
e outros em que as palavras brotam qual tsunami
afogando qualquer tentativa de conversa
Tenho arrebatos de subir-me polas paredes
desesperada por conseguir já e agora o que quero
e outros de enroscar-me como um gato no sofá
desesperançada deixando-me invadir pola tristeza
Tenho assaltos de dúvidas imprescindivelmente substanciais
de cuja resoluçom depende a continuidade da minha existência
e outros de certezas absurdamente imemoriais
que tinha esquecido na superfície da minha subsistência
Nesses dias momentâneos de arrebatos ou assaltos
jamais deixo de cumprir coas minhas obrigas
que ti nom entendas o intrínseco da minha lógica
implica um significativo desafio para a tua razom
by Eva Loureiro Vilarelhe