Quem for sereia a surcar mares
rios qual iara ou náiade
jogar coas ondas coma ondina
ou mai-d´auga uiara marina
dispor de engaiolante voz
faciana e corpo sedutor
para atrair àqueles homes
destrutores da vida síndrome
inequívoco do seu mal
caráter a erradicar já
desta sociedade banal
Sociedade crepuscular
—agoniante o capital—
só sustentável se mudar
e toda mudança começa
com umha revoluçom nesga
por onde há borbotar o sangue
desses homes por fim exangues
afogados por toda a parte
tingidos os rios e mares
de vermelho graças aos cantos
de sereia acabou o pranto
É hora de renovar o plâncton
nom dar comida aos peixes fartos
—esses ricos de pés calçados—
senom a espoliados pobres
que surcavam rios salobres
oceanos doutrora férteis
cos novos talentos versáteis
sementarei o mar de cadáveres
de genocidas dirigentes
da flor e a tona dos países
libertando-os de caciques
by Eva Loureiro Vilarelhe