Nem romanos nem mouros
levárom o nosso ouro
somos nós a estragá-lo
quem anda a dissipá-lo
escorrega céu abaixo
e olhamos de soslaio
cuspimos para acima
sem ter quem nos redima
deixamo-lo escapar
de entre os dedos pingar
e o dia que faltar
nom há prestar chorar
rosmamos por vício
sempre é bom auspício
fai o verde derredor
cantar o reissenhor
os rios baixam fartos
fontes abrem regatos
flor da vida viçosa
terra sem sede a nossa
de chover a fartar
havemo-nos queixar
e o dia que faltar
nom há prestar chorar
by Eva Loureiro Vilarelhe