25.12.19

Ermo ('Feridamorte' 2)







 Desde o outono tem chovido a eito
 tanto que a relva cresce de mais
 e o jardineiro nom dá feito.
 No entanto, o carvalho já nom tem
 folhas para chorar. Inverno.
 Os seus galhos secos casam bem
 co meu sorrateiro coraçom ermo.
 Será que para a próxima primavera
 reverdecerá como a erva fresca
 que rebenta durante a minha espera?


by Eva Loureiro Vilarelhe



17.5.19

A distância ('Feridamorte' 1)





Tenho um asa quebrada
e assi é impossível fugir
daqui e de ti.
Nom acredites em todo o que se di,
a distância tem memória.
Ou serei eu quem nom pode deixar de lembrar?
Fiquei varada no ponto de partida
enquanto ti partias longe sem olhar atrás,
deixando um elo perdido ainda por cima
que teimas em negar-te a procurar.
Tentei chamar a tua atençom batendo as asas
e perdim a batalha definitiva.
Nom lamento o sacrifício,
só assumo a dor da inexistente despedida.

by Eva Loureiro Vilarelhe